Como podemos fazer brotar outras formas de viver?

As Jornadas LivMundi são baseadas em​ metodologias de aprendizagem viva onde juntamos tecnologias que facilitam a criação de comunidades digitais e presenciais, nas quais o participante é agente e co-autor em sua própria jornada. Nesse contexto, o território de pertencimento do participante torna-se o elo conector desta comunidade e do conhecimento ali estimulado para impulsionar transformações individuais e coletivas.

Em meio à pandemia, ao longo de uma jornada de dois meses. 100% digital, junto com mais de 140 alunos e sete professores da rede pública, buscamos estimular o olhar da espacialidade que une a todos no entorno da Lagoa de Araruama, um dos ecossistemas mais ricos do estado do Rio de Janeiro, com grandes desafios socioambientais.

Trabalhamos as percepções sobre este território através de uma comunidade virtual, a partir de questões relacionadas à ecologia e geografia, tratando as dimensões físicas, biológicas, socioeconômicas e culturais.

Além do impacto nos alunos, os professores desenvolveram novas capacidades para conduzir suas próprias jornadas de aprendizagem de forma mais criativa, participativa e integrada aos desafios da comunidade e do território.

Por meio de uma chamada pública nacional, selecionamos sete jovens, Beatriz Carneiro, Estefane Galvão, Flora Rodrigues, Hyally Carvalho, Kimberly Silva, Marina Guião e Tayna Silva, de cinco estados do Brasil, para participarem de uma jornada de aprendizagem, curadoria e cocriação do Festival LivMundi 2022.

Em quatro meses as jovens se envolveram em atividades presenciais e virtuais com uso de ferramentas que habilitaram a integração de conteúdos e saberes diversos para desenvolver habilidades de liderança socioambiental, estratégia, operação e comunicação de eventos culturais e trabalho colaborativo.

Como resultado, conceberam as temáticas centrais, mais de 130 atividades, com mais de 60 horas de conteúdos e mais de 170 participantes nos formatos virtual e presencial do Festival LivMundi em 2022, que atraiu mais de 15 mil pessoas.

Como criar experiências de aprendizagem cívica que combinem criticidade e imaginação? Qual o papel e o limite do design jovem nesta missão? Que intervenções podem ser cocriadas no território pelos jovens para resolver desafios por eles reconhecidos? Estas questões nortearam a Jornada Cívica, que buscou pensar o papel do “bom cidadão” como o que atua pelo bem estar individual e coletivo de sua comunidade, a partir do território e pela lente socioambiental.

A Jornada ocorreu na comunidade da Rocinha no Rio de Janeiro, com nove jovens de 13 a 15 anos, moradores do local que participaram de encontros individuais e coletivos e utilizaram ferramentas participativas lúdicas e games.

Tendo como fio condutor o pensamento de design e alternância de reflexões individuais e em grupo, os jovens desenvolveram uma visão crítica sobre o território e sobre a força do coletivo. Reconheceram não apenas os problemas, mas as possibilidades coletivas de soluções a partir das potencialidades do local.